terça-feira, 24 de abril de 2012

Metaesquemas produzidos por alunos do 2º ano - EM














quinta-feira, 19 de abril de 2012

Metaesquemas - Hélio Oiticica (Recriações - turmas de 2º ano - E. Médio)



Um dos artistas que marcou o panorama artístico nacional foi Hélio Oiticica, que apesar de ter morrido em 22 de março de 1980, aos 42 anos, teve papel fundamental na revolução das artes plásticas dos anos 60, influenciando gerações. Em princípio concretista acabou rompendo com as normas do concretismo, especificamente no grupo Neoconcreto, desenvolveu  obras que  deram um novo significado a termos como bólide, parangolé e penetrável, além de ter estruturado com suas obras o movimento tropicalista.
Sua obra influenciou o entendimento da arte brasileira no século XX, redimensionou conceitos, reestruturou a dimensão dos significados das obras, os parangolés, por exemplo, espécie de uma capa em que o movimento dava o tom certo da transgressão, uma antiarte na definição de Oiticica, vestidos pelo público das exposições criava-se um verdadeiro vínculo com a coletividade. 
Rompendo com os preceitos do concretismo brasileiro juntamente com Ferreira Gullar e Lygia Clark, Oiticica avançou por outros caminhos criando obras em que a interatividade possibilitava uma nova percepção da arte revolucionando a relação do observador com a produção artística.
A série Metaesquemas, guaches sobre papel, realizada nos anos 1957 e 1958, praticamente quando o então jovem artista desenvolvia pesquisas relacionadas com a cor, a estrutura, a linha e o plano num contexto reflexivo. A estrutura, entendida como esquema era transposta para a análise do espaço. Metaesquema como ele dizia significava obsessiva dissecação do espaço. Transcender o espaço livre do tempo.
Os Metaesquemas possibilitaram a Oiticica uma abertura incrível para outras dimensões, como os Relevos Espaciais, onde a linguagem geométrica torna-se lúdica com os contrastes cromáticos sutis em planos dobrados.
A cor, no entanto, torna-se livre no espaço pelas formas estruturais que interagem com o tempo num jogo de sombras e luzes, definindo horizontes ao conectar o essencial na arte, romper preceitos para atingir o ápice da criatividade.
A obra de Oiticica abrange a extrema fragilidade humana frente aos emaranhados signos de uma sociedade, que limita as incursões questionadoras do oficialmente estabelecido.
A contribuição de Oiticica e do próprio movimento neoconcreto para a arte brasileira foi fundamental pela sua originalidade com repercussão internacional dando maior visibilidade para a produção artística nacional.

Fonte: Arte|Ref por José Henrique Fabre Rolim
A partir de estudos sobre a obra dos artistas concretos e neoconcretos brasileiros, em especial, os Metaesquemas de Hélio Oiticia, desenvolvi com meus alunos do Ensino Médio alguns trabalhos de recriação dessas obras. Seguem abaixo algumas imagens das produções feitas em sala de aula: 




















terça-feira, 10 de abril de 2012

Gina Pane

Estudou na Escola de Belas-Artes de Paris entre 1961 e 1966. Realizou a sua primeira exposição individual em 1966.Artista ligada ao fenômeno da Performance Art, Gina Pane tornou-se, durante a década de 1970, um dos expoentes máximos da Body Art, para o que contribuiu o caráter fortemente midiático das suas apresentações. Tal como outros artistas desta tendência (como o francês Michel Journiac ou o suíço Urs Lüthi), Gina Pane utilizava sempre o corpo como material e suporte para a criação artística.
Os seus atos, bastante extremados no sentido da auto-mutilação e do sofrimento, pretendiam acentuar o problema da violência da vida contemporânea na sua relação com a vulnerabilidade e com a própria passividade com que o indivíduo enfrenta estes temas. As suas encenações, de sentido masoquista, assentavam na impassividade com que a artista produzia os cortes e na capacidade de conter e teatralizar o próprio sofrimento e de esteticizar o disforme e a mutilação. Na obra de Gina Pane o corpo ocupa todos os lugares. O corpo não é a sua arte, é a sua linguagem.
Gina Pane escolheu a denominação "ação" para os seus trabalhos, por considerar que o termo performance era demasiado demonstrativo e implicava uma certa teatralização. A sua obra toca correntes artísticas que se desenvolveram nas décadas de 60 e 70, nomeadamente a arte conceitual e a body art. Nestas décadas o corpo torna-se o centro de todos os debates, é investido ideologicamente, reclamado pelos movimentos feministas, objetificado pela arte. Aproximando-se das orientações estéticas de outras artistas femininas, a obra de Gina Pane pretende abordar a relação entre os sexos, os tabus e os estereótipos e o problema da dominação masculina.
No início da década de 80, acreditando esgotadas as potencialidades comunicativas das ações corporais e concluídas as marcas que queria deixar impressas no corpo, a artista abandonou as performances públicas e dedica-se à produção de objetos escultóricos e de desenhos, de caráter minimalista, para os quais utiliza o metal, o vidro e a madeira.
Para Gina Pane a fotografia é um objeto sociológico. No seu trabalho, essencialmente de caráter perfomativo, utiliza a imagem fotográfica como suporte formal, que fará perdurar a ação realizada. As ações, raramente repetidas, eram registradas fotograficamente e ocasionalmente filmadas, sendo este registro rigorosamente controlado pela artista. As fotografias conferem realidade à ação passada, guiam o observador pela performance, condensam o discurso. Mesmo não sendo primordial na obra da artista, a fotografia não é de modo algum negligenciada, formando um "pós" no processo artístico, em que cada ação era estudada em story boards, realizada e registrada. Um processo completo, cujo núcleo eram as longas ações, que raramente duravam menos de 50 minutos.
Seu objetivo era provocar, através de seus atos, um profundo estado de desconforto na pessoa que está olhando, o espectador. Para isso ela introduzia em ações aparentemente familiares, um elemento de terror.

É este o caráter primitivo das performances de Gina Pane, dionisíaco, na medida em que parte dessas emoções em bruto e apela ao que há de primordial, e dai verdadeiro, no ser humano. Apela a essa linguagem comum, cujo meio não pode ser outro se não o corpo. 


Marina Abramovic - Performance




Natural de Belgrado, Jugoslávia, Marina Abramović, desde o início da sua carreira nos anos 70, quando estudou na Academia de Belas Artes, que tem sido a pioneira no uso da performance como forma de arte visual. O corpo sempre foi o seu tema e meio. Explora os seus limites físicos e mentais, ela suportou a dor, a exaustão e o perigo, na busca da transformação emocional e espiritual, com performances, som, fotografia, vídeo, escultura. O seu trabalho figura em numerosas coleções públicas e privadas, além de contar com participações nas mais importantes mostras de arte internacionais.
Tem caminhado longe na sua carreira, Marina Abramović é descrita por James Westcott, que prepara a sua biografia, como a mais importante performer atual. O que a difere, segundo Westcott, é ser parte artista e parte actriz. “Tanto quanto ser uma performer carismática, Marina também possui um apurado sentido estético. Ela é uma mestra em criar imagens intensas que irão permanecer por muito mais tempo do que a duração das performances” – declara Westcott.

Em 2010, dois acontecimentos marcantes na vida da artista já estão marcados. O MoMA – Museum of Modern Art – NY, fará uma retrospectiva em homenagem à obra da artista mulher e também será inaugurada, em Hudson, NY, a Abramović Foundation, espaço dedicado a ensinar e preservar a performance art. Sem fins lucrativos, a Abramović Foundation não terá palcos, e sim espaços para performance. Além de ministrar workshops e cursos públicos, a fundação terá biblioteca e programa de bolsas de estudo. As performances são momentâneas, passageiras, de acordo com a artista, mas a Abramović Foundation será a obra que ela deixará como registo no tempo.




Vídeo - Imponderabilia - 1977 - Marina Abramovic


Expressionismo Abstrato

Definição

A noção de expressionismo abstrato, utilizada pela primeira vez em 1952 pelo crítico H. Rosenberg, refere-se a um movimento artístico que tem lugar em Nova York, no período imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Trata-se do primeiro estilo pictórico norte-americano a obter reconhecimento internacional. Os Estados Unidos surgem como nova potência mundial e centro artístico emergente, beneficiado, em larga medida, pela emigração de intelectuais e artistas europeus, Arshile Gorky (1904 - 1948), emigrante armênio, considerado um dos primeiros expressionistas abstratos, atua como importante mediador entre as vanguardas européias - sobretudo o surrealismo e o cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) - e os artistas norte-americanos. Como principais representantes desse movimento artístico temos: Jackson Pollock (1912 - 1956), Mark Rothko (1903 - 1970), Adolph Gottlieb (1903 - 1974), Willem de Kooning (1904 - 1997), Ad Reinhardt (1913 - 1967).
Se é difícil falar em único estilo diante da diversidade das obras produzidas, algumas figuras e técnicas acabam diretamente associadas ao expressionismo abstrato, por exemplo, Pollock e sua "pintura de ação" [action painting]. Ele retira a tela do cavalete, colocando-a no solo. Sobre ela, a tinta é gotejada e/ou atirada ao ritmo do gesto do artista, que gira sobre o quadro ou se posta sobre ele. A nova atitude, física inclusive, do artista diante da obra subverte a imagem do pintor contemplativo e mesmo a do técnico ou desenhista industrial que realiza o trabalho de acordo com um projeto prévio. Descartada também está a noção de composição, ancorada na identificação de pontos focais na tela e de partes relacionadas. A obra de arte, fruto de uma relação corporal do artista com a pintura, nasce da liberdade de improvisação, do gesto espontâneo, da expressão de uma personalidade individual. As influências do automatismo surrealista parecem evidentes. Aí estão a mesma ênfase na intuição e no inconsciente como fonte de criação artística, embora permeada por uma forte presença do corpo e dos gestos. Nas formas alcançadas, nota-se a distância em relação à abstração geométrica e as afinidades com o biomorfismo surrealista, no qual as formas obtidas - próximas às formas orgânicas - enfatizam as ligações entre arte e vida, entre arte e natureza.

Os emaranhados de linhas e cores que explodem nas telas de Pollock afastam qualquer idéia de mensagem a ser decifrada. Do mesmo modo que os quadros de Rothko, com suas faixas de pouco brilho e sutis passagens de tons, ou mesmo as soluções figurativas de De Kooning, não querem oferecer uma chave de leitura. A ausência de modelos, a idéia de espontaneidade relacionada ao trabalho artístico e o gesto explosivo do pintor que desintegra a realidade não impedem a localização de problemáticas que pulsam nas obras produzidas. A preocupação com um retorno às origens, interpretada como busca de forças elementares e emoções primárias, é uma delas. A isso liga-se o interesse pelo pensamento primitivo - visto como alternativa à racionalidade ocidental -, a retomada de heranças arcaicas e certa concepção de natureza como manancial de forças, instintos e metamorfoses.

 Jackson Pollock - Action Painting

 Jackson Pollock

 Willen De Kooning

 Mark Rothko