quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Athos Bulcão



Nascido no Catete, Rio de Janeiro, em 2 de julho de 1918, Athos passou sua infância em uma casa ampla em Teresópolis. Chegou às artes graças a uma série de acidentais e providenciais lances do acaso.




Athos foi amigo de alguns dos mais importantes artistas brasileiros modernos, os maiores responsáveis por sua formação. Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Enrico Bianco - que o apresentou a Burle Marx -, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Ceschiatti, Manuel Bandeira entre outros. 

Aos 21 anos, os amigos o apresentaram a Portinari, com quem trabalhou como assistente no Mural de São Francisco de Assis na Pampulha e aprendeu muitas lições importantes sobre desenhos e cores. Antes de pintar, planejava as cores que usaria e acredita fervorosamente que o artista tem de saber o que quer fazer. Athos não acredita em inspiração. Para ele, o que existe é o talento e muito trabalho. "Arte é cosa mentale", diz, citando Leonardo da Vinci.



A trajetória artística de Athos Bulcão é especialmente consagrada ao público em geral. Não ao que freqüenta museus e galerias, mas ao que entra acidentalmente em contato com sua obra, quando passa para ir ao trabalho, à escola ou simplesmente passeia pela cidade, impregnada pela sua obra, que "realça" o concreto da arquitetura de Brasília. Athos é o artista de Brasília. As obras que [lá] realizou foram feitas para o convívio com a população e carregam a consideração por esta cidade e seus habitantes.

No fim da década de 1950, com os preparativos para a transferência da capital para Brasília, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, é requisitado do MEC para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Torna-se um dos principais artistas a desenvolver uma obra integrada à arquitetura. Trabalha em associação com Oscar Niemeyer e posteriormente com o arquiteto João Filgueiras Lima. Sua obra está ligada aos espaços públicos, entre murais, painéis e relevos para os edifícios do Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Teatro Nacional Claudio Santoro, Palácio do Itamaraty, Palácio do Jaburu, Memorial Juscelino Kubitschek, Capela do Palácio da Alvorada, Hospital Sarah Kubistchek e outros. Em 1971, trabalha com Oscar Niemeyer em projetos na França, Itália e Argélia.




Bulcão potencializa a arquitetura e trabalha peculiaridades oferecidas pelo espaço projetado, as relações deste com a paisagem e com a natureza, como a incidência da luminosidade solar. Em seus azulejos destacam-se a modulação e o grafismo habilmente criados com base nas formas geométricas. Sua obra, inscrita em alguns dos principais edifícios modernos brasileiros, notabiliza-se pelo equilíbrio encontrado nas relações entre arte e arquitetura.

Athos Bulcão estava em tratamento contra o Mal de Parkinson desde 1991 no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília. Faleceu após uma parada cardiorespiratória no dia 31 de julho de 2008, aos 90 anos.





Fonte:
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10287/athos-bulcao
http://www.fundathos.org.br/athos-bulcao

Nenhum comentário:

Postar um comentário